quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A formação de sintomas em psicanálise (neuroses) - e nas doenças psicossomáticas -DR. José Rubens Naime

Para se entender a formação de sintomas em psicanálise, no que Freud chamou de neuroses, temos que partir do princípio que existe um inconsciente, que se desdobra em subconsciente e em inconsciente, que o consciente é o local das manifestações das sensações (os órgãos dos sentidos, audição, olfato, tato e paladar) na formação do Ego. De acordo com a psicanálise, o processo de educação e mesmo de auto-repressão, formam um conjunto de material, que acomodados sob os diversos mecanismos de defesa, defendem a personalidade do afluxo de libido desproporcional a libido necessária a ser investida nos processos da vida. Caso haja uma repressão muito acentuada por parte desses mecanismos de defesa essa energia que deveria fluir conforme as necessidades da vida, começam a perturbar o funcionamento do aparelho psíquico, e aparecem então sob a forma de atos falhos, sonhos, e sintomas neuróticos. Esses sintomas neuróticos dependem para se expressarem de um terreno propício, ou seja, de condições psicofísicas, que dependem também da época em que essas repressões ocorreram. Essas épocas têm lugar num tempo passado, que Freud dividiu em fases, ou seja, uma fase no início da vida que a psicanálise chama de Oral, porque toda a vida afetivo-libidinal se passa entre o nascimento e os aproximadamente 2 anos de idade, uma segunda fase em seguida a oral, que Freud chamou de Anal, porque toda a vida afetivo libidinal se concentra na educação dos esfíncteres e uma terceira fase que Freud chamou de Fálica, porque toda vida afetivo libidinal se concentra na curiosidade em torno do Phallus (ou falos, ou pênis) Caso haja distúrbios graves na fase Oral, a criança pode desenvolver um autismo, ou o adulto pode regredir para esta fase e desenvolver uma psicose e até uma esquizofrenia; caso os distúrbios se deem na fase Anal (aqui já pode ter havido uma repressão muito intensa do componente agressivo da libido, pois o Ego já deverá estar constituído) teremos patologias psicossomáticas ligadas aos órgãos envolvidos nesta fase, e caso os distúrbios estejam ligados a fase fálica, os sintomas será ligados a repressão do componente erótico da fase fálica o que gera a histeria e sintomas correlatos, tais como dissociações, amnésias e conversões somáticas, etc.

Quanto à formação dos sintomas em psicossomática , devemos levar em conta as estruturas cerebrais, que recebem os influxos dos órgãos dos sentidos. Aqui diferente dos sintomas em psicanálise, que recebem também os influxos dos órgãos dos sentidos, , mas ao serem recebidos no cérebro por via afetivo-imagéticas, rapidamente transportam tais estímulos para o córtex, fazendo uma leitura intelectual, que serão depois de processadas, transformadas em comunicação oral, na psicossomática, as imagens carregadas de afetos, chegam até o tálamo, hipotálamo, hipófise, sistema límbico, e dali, carregadas de afeto, por algum motivo não conseguem chegar até o córtex cerebral para uma leitura intelectual, e permanecem ao nível de imagens e afetos. Porém elas precisam ser descarregadas e através da hipófise, ativam inúmeros hormônios. Estes hormônios podem ser ativados na totalidade, levando a um esgotamento do organismo, ou podem ser ativados por grupos, levando a comprometimentos de determinados órgãos. Em todos, a ativação mais geral e constante é através da supra-renal, responsável pela produção de adrenalina e corticosteróides, que em doses adequadas servem à manutenção da vida, mas em doses cronicamente ativadas tornam-se veículo para a formação de diversos sintomas psico-orgânicos a que chamamos doença psicossomática. Os órgãos afetados estarão diretamente relacionados com as fases do desenvolvimento (Oral, Anal e Fálica) que na época estiveram sob a ação da componente agressiva da libido.

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